segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dentadura!!!


Em 9 de Março de 1822, a dentadura artificial é patenteada por Charles Graham, de Nova Iorque.


A substituição de dentes cariados ou perdidos foi praticada há muitos séculos pelos etruscos, setecentos anos a.C. Eram hábeis no fabrico de dentes falsos em marfim ou osso, fixados por anéis em ouro. Infelizmente estas técnicas sofisticadas perderam-se e, até ao século XIX, as pessoas andaram desdentadas.

Durante a Idade Média, a prática dos dentistas limitava-se à extração dos dentes podres. A sua substituição era raramente posta em prática. Vazios entre os dentes eram comuns, mesmo em pessoas ricas e poderosas. A Rainha Elizabeth I (1533-1603) enchia os buracos com rolos de tecido de algodão para salvar as aparências em público. Os raros falsos dentes que eram colocados, tornavam-se extremamente incômodos. Eram toscamente esculpidos à mão e agarrados aos outros por fios de seda. Se não restasse nenhum dos dentes naturais, era impossível colocar qualquer dente postiço. Quando era possível colocá-los, as pessoas que os usavam tinham que os remover para comer.

A evolução foi muito lenta. No século XVIII conseguiam-se fazer dentaduras com as duas placas (superior e inferior) articuladas com molas de ferro; desgraçadamente, esses aparatos podiam abrir de repente e saltar da boca de quem os usava. Sabe-se que isso aconteceu a George Washington (1732-1799), que sofria terrivelmente com a falta de dentes e colocou uma dessas dentaduras. Os maiores obstáculos para o progresso das dentaduras eram: encontrar um material apropriado para os falsos dentes, as minuciosas medições da boca dos pacientes e a melhor forma de manter as dentaduras no lugar.

Desde a antiguidade, o material mais comum para os dentes postiços era o osso animal ou o marfim, principalmente de elefante ou hipopótamo. Dentes humanos eram também usados, arrancados dos mortos ou vendidos pelos pobres e arrancados das suas próprias bocas. Este tipo de falsos dentes depressa apodreciam, escurecendo e fazendo mau hálito. Os ricos preferiam dentes de prata, ouro, madre-pérola ou ágata.

O progresso nas dentaduras foi muito lento, acarretando grande sofrimento para quem insistia em usá-las. Só em 1822, Charles Graham patenteou uma dentadura postiça em cerâmica, com um sistema de fixação muito engenhoso, muito semelhante ao usado atualmente na grande maioria de dentaduras comuns. Charles Goodyear deu uma grande ajuda no conforto com a descoberta da borracha vulcanizada. Este material muito barato podia ser moldado na própria boca dos pacientes, formando uma base muito mais confortável. Depois de 1870, uma outra base ainda mais barata, em celulóide, foi experimentada em vez da borracha vulcanizada, mas sem êxito. Hoje, as dentaduras são, na sua grande maioria, em plástico ou cerâmica. O processo é praticamente o mesmo do que foi patenteado em 1822.

Nenhum comentário: